Anos 70

UMA NOVA ESTÉTICA NO CARNAVAL CARIOCA

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A passista Garrinchinha encantou a avenida Presidente Vargas no desfile de 1970, com o enredo “Praça XI, Carioca da Gema, de Fernando Pamplona”.

A força demonstrada nos anos anteriores continuou na década de 70. Em 1971, o Salgueiro segue na temática negra e leva para a avenida Festa para um Rei Negro, enredo sobre a visita de príncipes africanos a Pernambuco. O sucesso do desfile começou na escolha do samba. A composição de Zuzuca se espalhou e todo o povo conhecia a letra “… Ô-lê-lê, ô-lá-lá, pega no ganzê, pega no ganzá …”. Quando a escola iniciou seu desfile, a avenida parecia um imenso salão de baile onde todos cantavam e dançavam. A escola, toda de vermelho e branco, impressionou o público e mais uma vez foi aclamada como campeã do carnaval!

Em 1972, mais uma inovação: a escola apresenta o enredo Minha madrinha Mangueira Querida, com um samba que “pegou” em toda a cidade (…”Tengo Tengo, Santo Antônio e Chalé, minha gente é muito samba no pé…”). Nunca uma escola de samba havia homenageado uma co-irmã. Sempre pioneiro, o Salgueiro seria o primeiro a fazer tal zhomenagem. Já com Joãosinho Trinta como carnavalesco, o enredo escolhido para 1974 foi O Rei de França na Ilha da Assombração, um tema que trouxe o imaginário como nova contribuição para o carnaval e modificou de uma vez a tônica para os enredos das escolas de samba. Apesar das dificuldades financeiras,
Joãosinho ia transformando em realidade o sonho do menino Luís XIII, que imaginou um Reino de França no Maranhão. Quando a escola entrou na avenida, alguma coisa mudou no carnaval carioca. Todos os detalhes estavam cuidados e o luxo, feito de isopor, papel alumínio, feltro e madeira, mostrava em detalhes o sonho de menino e as lendas do Maranhão. Na abertura dos envelopes, favoritismo confirmado: Salgueiro campeão!

Legenda

Com As Minas do Rei Salomão, enredo de 1975, o Salgueiro levou zebras, camelos e pirâmides, elementos até então inéditos no desfile, além de muito brilho, cor e efeitos visuais para a avenida. Um luxo jamais visto que causou um grande impacto. Tanto que o público passou da surpresa para aplausos e gritos de “já ganhou!”. O favoritismo do desfile do Salgueiro foi confirmado na abertura dos envelopes e o Salgueiro conquistava seu primeiro bicampeonato. A partir de 1976, com a saída de João, uma crise se instalou na escola, mas um fato marcou esse ano: a inauguração da quadra de ensaios, em 3 de outubro de 1976, na rua Silva Teles, Andaraí.

 

 

 

 

 

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