“O ritmo frenético de um barracão de escola de samba tem como trilha sonora a batida dos martelos”

“O ritmo frenético de um barracão de escola de samba tem como trilha sonora a batida dos martelos, o chiado de soldas, o ruído da serra elétrica. Nesse ambiente, madeira, isopor, tecidos e ferros, misturam-se a cola, papel e purpurina, transformando-se em verdadeiras obras-primas. É assim que artistas, camuflados de escultores, pintores, aderecistas e carpinteiros, levam a ilusão, feita de amor e paixão, para a avenida”.

Enquanto muita gente só pensa em carnaval depois das festas de fim de ano, no barracão do Salgueiro a festa começa bem antes, quase com um ano de antecedência. O (re)começo de tudo é o desmonte dos carros alegóricos. Todas as esculturas, madeiras e ferragens são retiradas para que se recuperem materiais que possam ser utilizados novamente.

Paralelo a esse trabalho e já com a nova história que será contada na avenida em mãos, o carnavalesco e seus auxiliares iniciam os desenhos e projetos das novas alegorias. É a vez, então, da equipe de ferreiros iniciar seu trabalho, estruturando toda a ferragem dos carros para que nada saia errado no desfile.

Com a estrutura pronta, chega-se à etapa da carpintaria, quando toda a parte de madeira é colocada na alegoria. Enquanto todo o carro é montado, os escultores iniciam seu trabalho, dando forma a grandes blocos de isopor, pedaços de madeira e outros materiais, que aos poucos, ganham a vida que, um dia, o carnavalesco imaginou.

O toque final é dado pelos pintores, pintores de arte, iluminadores e decoradores, responsáveis por todas as luzes, cores e brilho que o público verá na avenida.

Cidade do Samba – Durante muitos anos as escolas de samba construíram seus carnavais em lugares inusitados e muitas vezes improvisados. Terrenos abandonados, galpões emprestados ou até mesmo vãos sob pontes serviram de cenário para as fábricas de ilusão.

Em setembro de 2005, porém, o improviso foi deixado para trás. As escolas receberam, da Liesa e da Prefeitura do Rio de Janeiro, um local onde poderiam fazer seus carnavais sem a improvisação de antes. A Cidade do Samba, com 14 amplos e espaçosos barracões, modernas fábricas de carnaval, foi ocupada pelas escolas.

Com 7200 m2, o barracão do Salgueiro na Cidade do Samba está disposto da seguinte maneira:

– 1º andar: local onde são construídas as alegorias, banheiros, portaria e almoxarifado;
– 2º andar: cozinha, refeitório e vestiários;
– 3º andar: administração da escola: salas da presidência, do diretor de carnaval, administrador do barracão, ateliês de costura e depósito de fantasias;
– 4º andar: ateliês de costura e de fantasias, escultura, depósito e produção de placas e banheiros.

O barracão possui uma área (interna) aberta com 12 metros de altura. De cada um dos três andares é possível acompanhar o trabalho de confecção das alegorias. As esculturas, feitas no 4º andar, são transportadas por monovias, até o térreo, para serem encaixadas nas alegorias.

Na parte externa há ainda uma passarela, que vai até o 3º andar do barracão. Por ali, os visitantes da Cidade do Samba podem ver a parte interna do barracão do Salgueiro e acompanhar a construção dos carros alegóricos.

 

Barracão do Salgueiro

Rua Rivadávia Correa, 60 – Barracão 8
Gamboa
Rio de Janeiro – RJ
CEP 20220-290


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